Community Reviews

Rating(4 / 5.0, 100 votes)
5 stars
37(37%)
4 stars
25(25%)
3 stars
38(38%)
2 stars
0(0%)
1 stars
0(0%)
100 reviews
April 1,2025
... Show More
[Nada como uma releitura de Ésquilo aí a cada dois ou três anos...]

Nascido em Eleusis em 525 a. C, Ésquilo é, indubitavelmente, o pai da tragédia e um mestre incomparável na manipulação das emoções dos seus personagens e, consequentemente, do seu público.

Combatente nas guerras persas, concretamente na batalha de Maratona, é um ferveroso defensor da cidade de Atenas e da democracia grega - que surgira após a tirania de Pisístrato - e não deixa de expressar isso mesmo ao longo da sua obra (na realidade, sabemos lá nós de que se compunha a sua obra quando os cálculos nos permitem aferir que apenas cerca de 3% do total de peças escritas ao longo do séc. V chegaram até nós!).
Mas conforme vinha a dizer, a obra de Ésquilo é sobretudo um manifesto de exaltação de Atenas e dos valores áticos e é isso que chega a nós neste volume.

AS SUPLICANTES
Infelizmente, As Suplicantes, enquanto primeira e única parte que nos chegou de uma trilogia, faz reduzido sentido quando posta face a face com a restante produção do dramaturgo - especialmente quando estamos perante uma trilogia, felizmente, completa. Ainda assim, o seu domínio da catarse e a apologia da justiça divina fazem valer este trecho muito curioso: uma vez que as 50 Suplicantes eram mulheres cujos papéis eram interpretados por homens, quão fácil seria degenerar a tragédia em comédia?

OS PERSAS
É esta a única peça histórica conhecida de sua lavra, que dá voz aos infortúnios do povo liderado por Xerxes contra os vencedores gregos, e que representou o momento áureo da vitória da democracia sobre a bárbarie. A forma cruel e poética que usa Ésquilo para descrever a tragédia iminente haverá de ter sido o auge do orgulho dos vencedores face aos vencidos:

"(...)vi duas mulheres esplendorosamente vestidas, uma à moda persa, outra à moda dórica, ambas ultrapassando de longe as mulheres de hoje, tanto pelo porte como pela beleza sem mácula. Eram duas irmãs do mesmo sangue; no entanto, uma vivia na Grécia, como o destino lhe ordenara, a outra em terra bárbara. Uma disputa, segundo me pareceu, levantou-se entre elas. O meu filho, apercebendo-se disso, tentou contê-las e acalmá-las, depois atrelou-se ao seu carro e pôs-lhes as corrolas sobre o pescoço. Uma delas curvou-se aos arreios e ofereceu às rédeas a boca dócil, mas a outra escoucinhou e, subitamente, com ambas as mãos, agarrou com força o varal do carro, apesar de estar presa pelas rédeas, e quebrou o jugo em dois. O meu filho caiu e seu pai, Dário, apareceu junto dele e lamentou-o. Xerxes, ao vê-lo, rasgou as vestes que o cobriam. Eis o sonho que tive esta noite. (...) De repente, apercebi-me da existência de uma águia que foi poisar na ara de Phoibos e estaquei, amigos, muda de espanto. Mas logo após, vi um falcão que picava sobre ela de asas abertas e com as garras lhe depenava a cabeça, en quanto a águia se agachava abandonando-se ao seu agressor."
53


OS SETE CONTRA TEBAS
Sófocles não foi o único a pegar no ciclo Tebano para levar à cena uma tragédia imortal. E se ele pega em Édipo e depois em Antígona, Ésquilo usa um momento posterior a Édipo e imediatamente anterior a Antígona para levar à cena a tragédia da sucessão de Tebas.
De forma geral, morta Jocasta, Édipo resigna ao trono. Cabe a Polinices e Etéocles, seus filhos, governar à vez, conforme combinado. Porém, chegada a altura de ceder o trono ao irmão, Etéocles recusa. Polinices resolve então atacar e tomar Tebas para recuperar o trono. Posiciona-se, junto de seis guerreiros, frente a cada uma das sete portas da cidade. Do outro lado, o irmão Etéocles, e seis outros bravos, são quem as defende. Mortos ambos os descendentes de Édipo, considera-se a geração vingada. Ainda assim, como Sófocles belamente canta, o culminar desta maldição virá ainda mais tarde com o sacrifício de Antígona.


PROMETEU AGRILHOADO
Prometeu é o maior dos heróis da humanidade clássica. Filho rebelde, prefere os homens aos deuses e por eles se sacrifica roubando o fogo divino que é a centelha do conhecimento de que todos até hoje usufruímos. Em Ésquilo, prometeu sofre duras penas, amarrado para a eternidade a uma rocha, pois o homem que o irá salvar não é ainda nascido (claro que esse homem apenas poderia ser Hércules, o semideus que concilia o mundo divino com o terrestre).

"PROMETEU - Dizes bem, para os meus amigos sou um espectáculo abominável de se ver.
CORIFEU - E não foste além com os teus propósitos?
PROMETEU-Os mortais devem-me o ter deixado do encarar a morte com terror.
CORIFEU - E que remédio encontrastes para com bater esse terrivel mal?
PROMETEU-Introduzi neles a cega esperança.
CORIFEU - Deste aos mortais um bem precioso.
PROMETEU-Fiz mais ainda: concedi-lhes o fogo.
CORIFEU - E agora o fogo esplêndido está nas mãos de seres efémeros?
PROMETEU - Com ele aprenderão muitas artes.
CORIFEU - E é por essas faltas que Zeus... PROMETEU - Me tortura, sem me aliviar sequer de um dos meus males."
116

E Prometeu é o meu herói por excelência: é o Titã encarregue de criar o homem, e é ele quem salva a humanidade; é quem se rebela contra a prepotência divina e quem consagra aos homens, contra todas as probabilidades, o dom do fogo e, por extensão, da ciência!

"PROMETEU - Usas uma linguagem orgulhosa e arrogante, como convém a um lacaio dos deuses. És novo e como jovem mandas e acreditas viver numa fortaleza inacessível à dor. Já vi cair dois reis e o terceiro, aquele que comanda hoje, não tardará a ver-se ignominiosamente apeado também. Achas que tremo ante os novos deuses e que humilhado me hei-de submeter à sua autoridade? Estou muito longe disso. Volta. portanto, pelo caminho que vieste, pois nada do que pretendes averiguar saberás de mim.
HERMES - Foi por mostrares uma tal obstinação que caíste neste abismo de dores..
PROMETEU - Tem por certo que não trocaria a minha desgraça pela tua servidão."
133


ORESTEIA
E o melhor no fim. A Oresteia, única trilogia que sobreviveu incólume, é a incontornável obra perfeita. Composta pelas peças: Agamémnon, as Coéforas e as Euménides, a trilogia vem "completar" a épica Ilíada contando o desfecho da tragédia dos Atridas.
De forma muito breve (já que imagino que não seja do interesse de ninguém levar com as minhas pseudo palestras de literatura grega), a maldição ("miasma") persegue a casa de Atreu desde o momento em que este oferece ao irmão, num banquete, a carne dos seus filhos a comer (sim, horror!). Pois bem, some-se a isto a profanação dos templos de Tróia levada a cabo por Agamémnon e a imolação em sacrifício aos deuses da sua filha, e fica fácil perceber que esta é uma família bafejada pelo infortúnio. Flashforward / "análepsis", ou o que queiram chamar: Em Argos, Clitemnestra farta de esperar pelo marido que não regressa da guerra arranja-lhe um substituto e com ele planeia matar o marido que assassinou a filha de ambos. Novo flashforward: o filho do rei, irado com o crime da sua morte, resolve vingar o pai matando a mãe assassina. Outro flashforward, quase o último: após matar a mãe, o filho assassino é perseguido pelas Erínias - criaturas sanguinárias que vingam matricídios etc. - até que pede ajuda a Atena. Último flashforward, como prometido: Atena, a deusa virgem, nascida da cabeça de Zeus sem a interferência de uma mulher - conveniente! -, fará o julgamento de Orestes e absolverá, ou não, o jovem do matricídio cometido.
Nada de novo na história, é o mito dos Atridas como sempre foi conhecido - se não contarmos que a apologia de Ésquilo é pela democracia, pelos valores áticos e que a presença de Atena nesta última peça traz toda uma segunda leitura da trilogia: uma leitura profundamente política que, tida no contexto temporal e cultural da sua representação, é das exaltações dos valores democráticos mais claras e belas da antiguidade.
April 1,2025
... Show More
There is no better translator of the Greek plays than Gilbert Murray. He is still the standard other translations are judged by.
April 1,2025
... Show More
Из собрания прочла трагедию "Прометей Прикованный" (и отметила это как отдельную книгу) и трилогию "Орестея" - "Агамемнон", "Жертва у гроба", "Эвмениды".

Не возьмусь ставить оценки - мне видится, что не допрыгну я до постаме��та, на который уже издревле водрузили фигуру Эсхила.
April 1,2025
... Show More
¡PFA!
Quedé maravillado con el género Tragedia. Hasta no haber leído atentamente (unas traducciones de) Esquilo no supe lo que me perdía. Maravillosas imágenes, esplendorosos dilemas morales y aforismos memorables. Desconozco el griego como para saber cuán buena es la traducción, pero quedé encantado con la métrica de varios episodios. Cómo la música iba y venía, acompañando el drama. Me habría fascinado ver una tragedia griega en vivo, y me encantaría ver una hoy día.
Las siete obras (que dicen haber sido, no sin controversia, escritas por Esquilo) son monumentales, las siete me divirtieron y me encantaron. La peor es, quizá, los persas. La mejor es, quizá, Agamenón o Prometeo Encadenado. Debería haber copiado los pasajes más memorables, pero no tuve la paciencia y me devoré estas páginas en un día, día y medio.
Algunos pasajes que recuerdo:

Los lígneos barcos de oscura mirada
hacia aquí ya bogan y el veloz rencor
de su ingente batallón negro.

No es factible decir mentiras lisonjeras
que a los amigos plazcan durante largo tiempo.

Con el blanco ahora atinas cuan consumado arquero:
gran desventura en pocas palabras resumiste.

El diálogo entre Clitemnestra y Agamenón es sublime: un alejandrino por vez, se insultan o atacan mordazmente. Es increíble la cantidad de discursos machistas que pululan en la obra. Pero también es interesante el papel de las mujeres, y qué esperan los hombres de ellas. Estas dos líneas del diálogo mencionado son lindas:

A quien no es envidiado tampoco se lo emula.

Impropio de mujeres es buscar disensión.

Prometeo también es un genial locutor.

En fin, no voy a citar todo lo que me gustó. Pero estas obras fueron una genial introducción al género y me dio un mayor entusiasmo por la mitología griega, que comprendo cada vez más.
April 1,2025
... Show More
Hice un promedio del libro porque, como era esperable, no todas las obras me gustaron por igual. No pretendo hacer una reseña detallada de cada una, sino que creo que sería mejor calificarlas y comentarlas brevemente para no terminar con un texto kilométrico. Los comentarios de las obras que conforman la Orestíada serán más breves porque, al estar hilvanadas, tendría que usar spoilers y no quiero (a pesar de que algunos ya deben conocer los finales gracias a los mitos). Aquí vamos.

Los persas: 3/5. Obra que tal vez me pareció un poco estática, pero la historia me llamó la atención. La reina de los persas está esperando noticias de Darío (su esposo) y de Jerjes (su hijo) que salieron a la conquista de tierras bárbaras, pero choca con una fuerza de los Griegos que parece devastarlo todo. Esperaba un golpe de efecto en el final y, aunque no haya sucedido, pude sentir la angustia de los lamentos.

Los siete contra Tebas: 4/5. Fue más angustiante que la anterior. Funciona a modo de precuela (por decirlo de alguna forma) de Antígona, de Sófocles, y como secuela de las obras que lo tienen a Edipo como protagonista. Tebas es, efectivamente, una ciudad con siete puertas. Cada una es asediada por un jefe enemigo y Etéocles, el rey de Tebas, la defiende con uno de los suyos. Pero la estirpe de Edipo está maldita y esto es una tragedia, así que las cosas no terminan bien. La obra es bastante entretenida y se deja leer, aunque la noté un poquito misógina. Cosas que pasan.

Las suplicantes: 4/5. Linda. No terminó de convencerme la resolución, pero no estuvo mal. Se trata de las súplicas de las hijas del rey Dánao para que los egipcios, con quienes tienen un lazo de parentesco, no vayan a Argos a secuestrarlas para contraer matrimonio. Resulta sorprendente la postura de las danaides, porque nunca dejan de afirmar que no quieren ser víctimas de un avance masculino y brutal y parecen tener una plena conciencia del cuerpo y de la voluntad. Creo que esta es la obra menos trágica de las siete.

Agamenón: 3/5. Primera obra de La Orestíada. Cuenta el regreso poco feliz del Atrida a su casa después de la guerra de Troya. Su esposa, Clitemnestra, es todo lo opuesto a una Penélope. Antes de la llegada de Agamenón, sucede algo bastante grave que hará que Clitemnestra no se alegre por el acontecimiento y encuentra una solución sencilla (y hasta perversamente lógica) a su problema. Chan. La obra es muy tensa y me encanta el papel de Casandra (por capricho).

Las Coéforas: 3/5. Continuación de la anterior. Me gustó, pero le pedí más fuerza al principio, sobre todo porque aparece Electra y quería leer más sobre ella. La obra chorrea venganza.

Las Euménides: 4/5. La última de Orestíada. Es la que más quería leer de las tres porque me interesan las Erinias, particularmente. Tiene un tinte oscuro, porque son divinidades que persiguen a Orestes y él hasta llega a pedir ayuda a Apolo y a Atenea para revertir la situación. El final fue bastante raro, pero interesante.

Prometeo encadenado: 5/5. Tal vez no haya cubierto todas mis expectativas, pero no le pongo menos calificación porque me encanta el tema. Prometeo es uno de los preferidos de Zeus y un buen día decide darles a los hombres algo que no tienen porque el dios se los escondió. Creo que el castigo es conocido. Lo realmente genial de la obra es la argumentación de Prometeo para hacer lo que hizo ¿Un rebelde con causa? Es una obra que no tiene desperdicio.

Así que Esquilo no me defraudó, a pesar de ser más afín a Sófocles. Seguramente dentro de un tiempo haré una relectura porque estas obras no tienen vencimiento.
April 1,2025
... Show More
This book is present throughout Greek historical literature.
April 1,2025
... Show More
Me han gustado: Agamenón, Coéforos y Prometeo encadenado
April 1,2025
... Show More
tqm señor que vivió hace muchos años,,,, gracias por aliviarme la existencia
April 1,2025
... Show More
Los Persas: 2/5
Los siete contra Tebas: 4/5
Agamenon: 4/5
Coeforas: 4/5
Las Eumenides: 3,5/5
Prometeo Encadenado: 5/5
April 1,2025
... Show More
Exelente antología. Es variada la obra que nos llegó de Esquilo y brilla sobre todas ellas por su calidad narrativa LA ORESTÍA. Una definitiva obra maestra bien dividida en sus tres partes: una traición, una venganza y una especie de pleito político al final. Un solo problema sustenta la trama y atraviesa la obra pero el autor sabe mantener la variedad con lo que parece un intento de división en tres subtemas. Además la obra tiene un ritmo narrativo que casi no desacelera.
April 1,2025
... Show More
Las tragedias griegas serán siempre un lugar seguro donde encontrar muy buena literatura. "Las suplicantes" me encantó. El rey de Argos se enfrenta a un dilema moral: acoger y proteger a las suplicantes, que son descendientes de Zeus, e iniciar una guerra contra los egíptidas; o abandonar a las suplicantes a su suerte. Maravillosa historia.
Leave a Review
You must be logged in to rate and post a review. Register an account to get started.