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Não foi uma leitura fácil.
O estilo de escrita do autor, difícil por vezes, dificultou o avançar da história. Se é certo que vibrava com as descrições de Lisboa e arredores em pleno século XVIII, houve alturas em que se instalou em mim uma certa preguiça dada a atenção extra necessária para cada novo parágrafo. “Vou à frente, volto atrás… que queria ele dizer? Volto atrás de novo…”
Não foi à toa que levei um mês inteiro para terminar este livro.
Felizmente, quando o casal - Bernardo e Blimunda - volta definitivamente para Mafra, a minha conexão com a trama dá-se por inteiro e tudo passa a fluir melhor a partir daí.
Tratando-se de um romance histórico contado sob um ponto de vista contemporâneo, são inúmeros os parágrafos em que Saramago analisa o passado sob um ponto de vista actual. Mordaz na sua análise, o autor mantém sempre bem ciente as diferenças entre classes, onde a megalomania régia contrasta com a miséria do povo. As alfinetadas à igreja católica também não podiam faltar e são tão corrosivas quanto esperaríamos que fossem. No meio de tudo, uma arrebatadora história de amor. Que mais é que se quer?
”As pessoas que encontravam no caminho eram arcas fechadas, cofres aferrolhados, se por fora sorriam ou mostravam má cara, tanto fazia, o olhador não deve saber daquele a quem olha mais do que o olhado."
Curiosidade: a construção do Palácio-Convento de Mafra teve início em 1717, durante o reinado de D. João V. As obras prosseguiram até 1737, altura em que o convento se encontrava praticamente concluído (ainda que acrescentos posteriores tenham acontecido mesmo depois desta dada). O Rei D. João V ainda era vivo.
O estilo de escrita do autor, difícil por vezes, dificultou o avançar da história. Se é certo que vibrava com as descrições de Lisboa e arredores em pleno século XVIII, houve alturas em que se instalou em mim uma certa preguiça dada a atenção extra necessária para cada novo parágrafo. “Vou à frente, volto atrás… que queria ele dizer? Volto atrás de novo…”
Não foi à toa que levei um mês inteiro para terminar este livro.
Felizmente, quando o casal - Bernardo e Blimunda - volta definitivamente para Mafra, a minha conexão com a trama dá-se por inteiro e tudo passa a fluir melhor a partir daí.
Tratando-se de um romance histórico contado sob um ponto de vista contemporâneo, são inúmeros os parágrafos em que Saramago analisa o passado sob um ponto de vista actual. Mordaz na sua análise, o autor mantém sempre bem ciente as diferenças entre classes, onde a megalomania régia contrasta com a miséria do povo. As alfinetadas à igreja católica também não podiam faltar e são tão corrosivas quanto esperaríamos que fossem. No meio de tudo, uma arrebatadora história de amor. Que mais é que se quer?
”As pessoas que encontravam no caminho eram arcas fechadas, cofres aferrolhados, se por fora sorriam ou mostravam má cara, tanto fazia, o olhador não deve saber daquele a quem olha mais do que o olhado."
Curiosidade: a construção do Palácio-Convento de Mafra teve início em 1717, durante o reinado de D. João V. As obras prosseguiram até 1737, altura em que o convento se encontrava praticamente concluído (ainda que acrescentos posteriores tenham acontecido mesmo depois desta dada). O Rei D. João V ainda era vivo.