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Como todos sabem, assim começa o livro: No ano que completei noventa anos, quis presentear-me com uma noite de amor louco com uma adolescente virgem.
Seria de esperar que García Márquez se tivesse virado mais para a sexualidade do que para o romantismo nesta obra.
A história aborda a vida longa e solitária de um cronista do Diario de la Paz. Cronista dominical, o homem passa os seus dias relendo e ouvindo clássicos mundiais. Segue esse ritual desde tenra idade.
Tendo partilhado a cama com mais de 500 mulheres, sem nunca realmente se apaixonar por nenhuma, e, julgando que o fim estava próximo na transição para os seus 90 anos, decide dormir com uma rapariga com idade suficiente para ser a sua bisneta.
No entanto, esta relação que começa com um simples desejo sexual não concretizado, torna-se numa linda relação platónica entre duas pessoas separadas por duas gerações.
O que normalmente seria visto como chocante - ou até considerado pedofilia por muitos - é tornado romântico, platónico e terno nas mãos de García Márquez. Ele tem o dom nato de apelar os leitores a todas as coisas incomuns de uma maneira que mais nenhum escritor consegue executar.
Neste livro não existe realidade mágica, como em Cem Anos de Solidão, mas é um livro tão harmonioso, de carácter tão tépido e enternecedor que nos dá uma percepção daquilo que nos espera numa fase da vida em que a sombra da morte parece ocupar-nos a mente a todos os segundos. Márquez elucida-nos sobre a importância do amor desinteressado e incondicional em todas as fases da vida. Principalmente quando é mais necessário: na velhice.
Seria de esperar que García Márquez se tivesse virado mais para a sexualidade do que para o romantismo nesta obra.
A história aborda a vida longa e solitária de um cronista do Diario de la Paz. Cronista dominical, o homem passa os seus dias relendo e ouvindo clássicos mundiais. Segue esse ritual desde tenra idade.
Tendo partilhado a cama com mais de 500 mulheres, sem nunca realmente se apaixonar por nenhuma, e, julgando que o fim estava próximo na transição para os seus 90 anos, decide dormir com uma rapariga com idade suficiente para ser a sua bisneta.
No entanto, esta relação que começa com um simples desejo sexual não concretizado, torna-se numa linda relação platónica entre duas pessoas separadas por duas gerações.
O que normalmente seria visto como chocante - ou até considerado pedofilia por muitos - é tornado romântico, platónico e terno nas mãos de García Márquez. Ele tem o dom nato de apelar os leitores a todas as coisas incomuns de uma maneira que mais nenhum escritor consegue executar.
Neste livro não existe realidade mágica, como em Cem Anos de Solidão, mas é um livro tão harmonioso, de carácter tão tépido e enternecedor que nos dá uma percepção daquilo que nos espera numa fase da vida em que a sombra da morte parece ocupar-nos a mente a todos os segundos. Márquez elucida-nos sobre a importância do amor desinteressado e incondicional em todas as fases da vida. Principalmente quando é mais necessário: na velhice.