Community Reviews

Rating(4 / 5.0, 98 votes)
5 stars
33(34%)
4 stars
35(36%)
3 stars
30(31%)
2 stars
0(0%)
1 stars
0(0%)
98 reviews
April 17,2025
... Show More


Romanian review: ,,Divina comedie" este primul diss track din istoria omenirii. Practic, Dante a trimis în iad toate persoanele care îi erau nesuferite, iar dacă te ura suficient de mult, inventa și o pseudoexplicație ca să te trimită în iad cât încă erai în viață. Mă uit la tine Papa Bonifaciu al-VIII-lea.
Am fost surprins cât de mult din această carte este o operă politică. Dante își critică adversarii politici, critică corupția politicienilor și a papei, degradarea orașului Florența și multe alte persoane și instituții.
,,Divina comedie" se află într-o categorie aparte de cărți care au primit de la mine cinci stele, pentru că pentru mine un rol fundamental în notarea unei cărți îl reprezintă experiența pe care am avut-o cu o carte, experiență care este pur subiectivă, iar această experiență tindea către patru stele deoarece, pe alocuri, a fost o lectură obositoare, îngreunată de o mulțime de note de subsol (pe care dacă nu le citeam, nu aș fi înțeles prea multe din simbolismul cărții), fără nicio glumă, în toată cartea există o singură pagină fără note de subsol (în ediția citită de mine), iar personajele istorice care apar în continuu în carte sunt regi, duci, principi italieni de care nu am auzit în viața mea. Totuși, ce m-a făcut să-i dau a cincea stea este că la sfârșit am rămas cu un sentiment de îmbogățire culturală aparte, cum nu am mai simțit vreodată până acum.
După ce am citit Biblia, am remarcat că o descriere a infernului și a paradisului lipsește complet din cartea fundamentală a religiei creștine și am ajuns la concluzia că felul în care ne imaginăm raiul și iadul este influențat de ,,Divina comedie", iar lectura acestei cărți îmi întărește opinia.
Chiar dacă Dante poate fi puțin plin de el, ironic pentru o carte care prezintă călătoria prin care el ar trebui să-și mântuiască sufletul, asta nu schimbă faptul că este un poet de-a dreptul extraordinar, iar ,,Divina comedie" este o operă greu de egalat din punct de vedere literar și artistic. Încercând să-mi găsesc cuvintele să descriu cât de superbe sunt anumite fragmente din carte, întâmpin aceeași problemă pe care a întâmpinat-o Dante când trebuia să descrie frumuseștea Beatricei, ceea ce spune extrem de multe despre cât de impresionat sunt de capodopera lui Dante Alighieri.



English review: "The Divine Comedy" is the first diss track in human history. Basically, Dante sent everyone he disliked to hell, and if he hated you enough, he made up a pseudo-explanation to send you to hell while you were still alive. I'm looking at you, Pope Boniface VIII.
I was surprised how much of this book is political. Dante criticizes his political opponents, criticizes the corruption of politicians and the pope, the degradation of Florence and many other people and institutions.
"The Divine Comedy" is in a special category of books that I gave five stars, because for me a fundamental part of rating a book is the experience I have had with a book, which is purely subjective, and that experience tended towards four stars because it was a tiresome read at times, encumbered by lots of footnotes (which if I hadn't read them, I wouldn't have understood much of the symbolism of the book), no jokes, there is only one page in the entire book without footnotes (in the edition I read), and the historical characters that keep popping up in the book are Italian kings, dukes, princes that I have never heard of in my life. What made me give it a fifth star, however, is that at the end I was left with a feeling of particular cultural enrichment, the likes of which I have never felt before.
After reading the Bible, I noticed that a description of hell and paradise is completely missing from the foundational book of the Christian religion, and I came to the conclusion that the way we imagine heaven and hell is influenced by the Divine Comedy, and reading this book reinforces my opinion.
Even though Dante may be a little full of himself, ironic for a book about the journey through which he is supposed to save his soul, that does not change the fact that he is a truly extraordinary poet, and the Divine Comedy is a work that is hard to match in literary and artistic terms. In trying to find the words to describe how magnificent some parts of the book are, I have the same problem that Dante had in describing the beauty of Beatrice, which says a great deal about how impressed I am by Dante Alighieri's masterpiece.

April 17,2025
... Show More
Apenas 50 anos após a sua morte, Florença que tinha exilado Dante (1265-1321), resolveu reganhar consciência e como tributo criar o Departamento de Estudos da Divina Comédia, oferecendo o cargo de diretor a Giovanni Boccaccio, poeta que tinha já escrito uma biografia sobre Dante (1357). Depois disso nada mais seria igual, a influência de Dante iria estender-se no espaço e no tempo, influenciando criações em todos os media e artes, como nenhuma outra obra, talvez rivalizada apenas pela própria Bíblia. Dante foi perseguido em vida, mas imortalizado na sua morte.

[Para ler com imagens e links, seguir para: https://virtual-illusion.blogspot.pt/...]

Não é hoje muito relevante compreender os problemas de Dante em Florença já que as razões se prenderam com os clãs familiares da época e a relação entre a igreja e os governos. Mas é importante compreender que a Divina Comédia, escrito em exílio, funciona como uma espécie de resposta a todos aqueles que o perseguiram, uma vez que vão sendo amiúde distribuídos pela jornada encetada, do Inferno ao Paraíso, passando pelo Purgatório. Talvez não tenha sido fácil para muitos, ler no texto, escrito na língua comum, o Toscano e que viria a servir de base ao Italiano de hoje, acessível a toda a população letrada e não apenas a elite, os pecados e os potenciais castigos esperados. Num tempo, ainda muito dominado pela obscuridade, ver plasmado num conjunto de linhas a descrição daquilo que os esperava após a morte, terá tido o seu efeito. Mas talvez mais interessante, é que esse efeito, talvez pensado por Dante, foi muito para além dos seus alvos e tempo, nos séculos que se sucederam, mesmo com o Renascentismo e depois o Iluminismo, Dante continuou a pairar sobre nós, e isso é em parte aquilo que mais me intrigou ao longo de toda a leitura, e que procurei tentar perceber, tanto a partir do texto como de leituras adicionais.


"Os círculos do Inferno de Dante" (1481) de Sandro Botticelli


"Inferno" (1826) por William Blake

Mas antes de entrar nessa discussão, quero dar conta de forma muito sucinta do impacto que já referi acima, mas referindo alguns exemplos. Assim a originalmente intitulada “Comedia”, seria rebatizada de “Divina Comédia” por Boccaccio, especula-se que muito por influência da terceira parte, o Paraíso, de que falarei a seguir. No século seguinte, nada menos que Sandro Botticelli (1481) desenvolverá o primeiro grande conjunto de ilustrações para a “Divina Comédia”. Depois, Geoffrey Chaucer, que tal como Dante, se tornaria pai de uma das línguas de hoje, no caso o Inglês, com a sua obra “The Canterbury Tales” (1483), não só traduziria como reconheceria nas suas obras a influência de Dante. Depois em 1667 seria a vez de John Milton confrontar diretamente a obra a de Dante com o seu grande poema épico “Paraíso Perdido”. Balzac também não se coibiria de batizar a sua série de romances sociais como “A Comédia Humana” (1850), numa clara referência à Comédia. Depois William Blake faria mais um conjunto de ilustrações para a Divina Comédia (1826), mas a sua morte impossibilitaria terminar o trabalho iniciado, contudo esse mesmo seria retomado por Gustave Doré (1861) que viria a oferecer à obra uma ilustração por canto, e de tal forma relevante, que nos dias de hoje se torna quase indissociável da Comédia. Ainda no século XIX a música faria grandes homenagens, com "A Sinfonia de Dante" por Liszt (1856) e "Francesca da Rimini" de Tchaikovsky (1876). Já no século XX, Salvador Dali (1950) não poderia passar sem realizar uma tentativa de ilustrar a Comédia, e por fim não poderia deixar de citar, a fantástica escultura a “Porta do Inferno” por Auguste Rodin (1917).


“Porta do Inferno” (1917) de Auguste Rodin

Contudo o reconhecimento não se limita às artes. Fora delas, na própria ciência, Dante foi reconhecido, e pode-se dizer mesmo que pode ter servido de motor a algumas das principais ideias da Renascença italiana, existindo quem associe o pensamento de Galilei Galileu à Divina Comédia. A verdade é que lendo a obra, por várias vezes nos deparamos com ideias sobre a realidade baseadas em ciência e não mero senso comum, desde a Terra esférica, à força da gravidade, passando pela astronomia, e até o próprio método experimental. Isto demonstra várias coisas, primeiro que a idade média, ainda que aqui tardia, não foi as trevas que durante muitos anos se venderam e que tiveram de esperar pela Renascença para voltar à vida. Por outro lado, Dante cita abundantemente Aristoteles e vários outros pensadores gregos e romanos, ou seja a sua formação estava muito longe de se encerrar por um véu teológico, como por vezes a obra parece querer fazer crer.


Dante Alighieri

Aliás, tenho de dizer que talvez aquilo que mais me impressionou na leitura de Dante, foi a avidez com que referenciava autores e criadores, das artes, ciência e teologia. Aliás, veja-se desde logo o facto de Dante iniciar a sua jornada pelo Inferno pela mão de ninguém menos do que o poeta do grande épico da Roma Antiga, Virgilio, com quem vai dialogando trazendo para dentro da sua obra factos da história de Roma. Mas são inúmeras as citações, e por isso a certa altura questionava-me sobre algo que já me fui questionando nesta minha senda pela leitura dos clássicos, e que tem que ver com a proximidade entre o discurso académico e o discurso das obras clássicas imortais. São raras as obras que perduraram, que não referenciaram quem veio antes de si. Se numa primeira impressão podemos ficar com aquela ideia do senso comum, de que o autor está apenas a dar espaço à vaidade de mostrar que conhece, na verdade é muito mais do que isso, sendo homenagem, é mais, porque é antes o reconhecimento do conhecimento e civilização até ali construída. É identificação com as ideias e mundo dos que nos precederam, para a partir deles ir mais longe. O conhecimento só se eleva assente nos ombros daqueles que nos precederam. É por isso que é importante estudá-los, lê-los, conhecê-los. Não se cria no vazio, ou cria, mas nunca teríamos chegado até ao ponto civilizacional em que nos encontramos, se cada um de nós, tivesse sempre reiniciado o processo do zero.

Por isso não admira ler Cervantes, Shakespeare, ou Virgilio, ou ainda Marco Aurélio e Montaigne, ou mais recentemente Dostoiévski, Tolstoi, Vitor Hugo, Emile Zola, Proust, Mann, ou Pessoa, e ver como eles não têm pudor em homenagear quem serviu para que se elevassem acima do que existia. E por isso também não admira que Dante seja referenciado por T.S. Eliot, E.M. Forster, Jorge Luis Borges, Primo Levi, Samuel Beckett, Bret Easton Ellis, David Fincher, Stephen King ou Dan Brown. Dante tornou-se referência obrigatória para quem precisa de referir o lugar do inferno, e por isso o seu nome viria a assumir a forma de adjetivo, para qualificar tudo aquilo que ao inferno diz respeito.


"Purgatório" (1960's) de Salvador Dali


"Se7en" (1995) de David Fincher

Esta referência ao inferno por Dante, ou melhor, a omnipresença de Dante nas referências ao inferno, fizeram com que a certa altura acreditasse que Dante poderia ter sido o grande responsável pela criação de tal figura, ou pelo menos no instigador das imagens horrendas que o inferno possui no imaginário ocidental, mas não é assim. Dante baseia-se no conhecimento da altura, existiam vários relatos teológicos que se apresentavam como descrições factuais daquilo que seria o inferno, o purgatório e o paraíso. Aliás, nas minhas pesquisas encontrei mesmo uma visualização desse mesmo inferno, que não dista muito daquilo que Dante nos viria a dar, criada para uma enciclopédia medieval, a “Hortus Deliciarum” (1195) (ver imagem abaixo), por uma mulher, a abadessa Herrad de Landsberg. Já não surpreende ver mulheres surgirem na frente de muitos homens, tem sido já neste século que temos vindo a descobrir a história de grandes mulheres deixadas na obscuridade — ex. Ada Lovelace, Hedy Lamarr ou Katherine Johnson. Neste caso Landsberg vivia com a sua ordem enclausurada num convento, usando esta enciclopédia para o ensino.


"Inferno" (1195) por Herrad de Landsberg

Voltando ao texto, mas antes ainda primeiro ao processo de leitura, para poder dar conta da experiência da obra. Comecei pela tradução de Vasco Graça Moura, mas ao fim de poucas páginas parei, não pela dificuldade de leitura apenas, mas por ter percebido que não se pode ler Dante sem ler primeiro um conjunto de outras obras. Dante viaja ao inferno pela mão de Virgilio, desse modo é obrigatório ler antes a “Eneida”, a obra maior de Virgilio. Por outro lado, a Eneida é um relato baseado no pós-guerra de Tróia, de modo que se torna obrigatório ler antes também a "Ilíada" e a "Odisseia". Seria interessante ler ainda algumas tragédias gregas de Sófocles, Ésquilo e Eurípedes, já que elas acrescentam bastante à mitologia de Homero, mas não o fiz, e como já tinha lida a "Odisseia", li então a "Ilíada" e "Eneida", e voltei a Dante. Ao chegar de novo à Comédia, fui confrontado com o facto de ter lido a “Eneida” na tradução portuguesa mais comum, dos colegas da Faculdade de Letras de Lisboa, e que está em prosa. Resolvi então procurar traduções em prosa da Comédia, já que as em verso que tinha visto eram bastante inferiores à de Moura. Foi assim que encontrei a belíssima tradução do escritor brasileiro, Hernâni Donato, para a Cultrix, de 1979, que acabou por me abrir as portas a Dante de uma forma que não encontrei em mais nenhuma outra tradução.

Em termos académicos, a tradução de Moura é irrepreensível, e para quem quiser estudar a obra em profundidade, não existe alternativa, até porque a obra vem no formato bilingue, com o texto original lado a lado. Mas para quem quiser entrar no mundo de Dante, experimentar a sua imaginação, Donato faz um belíssimo trabalho. Moura faz uma tradução excepcional, totalmente colada ao original, usando inclusive português arcaico, e acima de tudo, mantendo a “terça rima” (ABA, BCB, CDC, DED) de Dante. Ora o problema, para além do vocabulário arcaico, é que a rima usada por Dante acabou por condicionar, se assim quisermos dizer, o conteúdo em virtude da forma. Ou seja, a economia de texto exigida pelos versos, aliada ao facto de Dante estar a apontar o dedo a figuras conhecidas, conduziu Dante a construir um texto que vai mascarando ideias, nomeadamente pelo minimalismo, que deixa de fora da compreensão quem não detenha uma base de contexto sobre a obra e o autor. E é essa contextualização que Donato faz muito bem na conversão para prosa, não apenas com notas de rodapé, mas na reconstrução dos sentidos do texto. Por outro lado, a versão de Moura consegue um tom muito mais próximo de Dante, algo a que Donato claramente foge. Na leitura de Moura, sentimos a rispidez, o cru e vulgaridade que Dante quis denotar pelo uso da língua comum, o italiano. Já Donato, acaba por embelezar bastante o texto, mantendo as três partes sempre num mesmo tom, prazeiroso e muito acolhedor, mas igual. Ainda para ajudar à leitura, comprei também o livro das ilustrações de Gustave Doré, que fui usando apenas quando terminava cada livro, para poder confrontar o que tinha lido e sentido, com as visualizações proporcionadas por Doré que de certo modo acabam funcionando como sínteses de cada canto.

Dito tudo isto, de que fala afinal a Divina Comédia? Julgo que isso não tem nada de novo, é sobejamente conhecido, mas aqui fica. A obra está dividia em três livros, com 33 cantos cada um, à exceção do primeiro que tem mais um que serve de introdução, perfazendo os 100 cantos. O primeiro livro retrata o Inferno, e é o mais conhecido, assim como o mais popular, tanto para quem lê, como para quem acusa a influência de Dante. O relato é muito direto, vamos pela mão de Dante, que pela sua vez vai pela mão de Virgilio, ao longo dos vários círculos que constituem o Inferno, e no qual vamos encontrando as figuras mais macabras, sendo que Dante não se coíbe de listar quem da sua realidade ali vai encontrando. Dante não morreu, a sua descida ao Inferno, deve-se ao facto de ir atrás da sua amada, Beatrice, que morreu. Por isso Dante é um ser-vivo que se passeia pelo mundo dos mortos gerando muita interrogação e má-disposição nalguns dos membros desse mundo que vai encontrando.


"Beata Beatrix" (1870) de Dante Gabriel Rossetti

No segundo livro descemos/subimos (pela inversão esférica do mundo) ao Purgatório e é onde vamos encontrar um novo conjunto de personagens também reais, que aguardam pela sua conversão ou purga dos pecados. É neste livro que Dante ilustra os 7 Pecados Capitais, ou vícios — Gula, Avareza, Luxúria, Ira, Inveja, Preguiça e Soberba — que estão dispersos por cada círculo do Purgatório. Este livro é menos envolvente que o primeiro, porque menos claro no que pretende dizer, até porque os personagens estão em trânsito, e existe muita indefinição.

No último livro, chegamos ao Paraíso, o fim da viagem, agora já não com Virgilio, mas pela mão de Beatrice que nos leva à presença de algumas das figuras mais relevantes de Roma e da história cristã —São Tomás de Aquino, São Francisco de Assis, Carlos Magno, Trajano, Constantino, alguns apóstolos, Adão — até ao estágio final do encontro com Deus. Por isso dizia acima, que o acrescento de Divina ao Comédia, por Bocaccio fazia todo o sentido. Neste livro sentimos o aspeto teológico muito presente, mas ao mesmo tempo uma espécie de liberação de Dante, como se os questionamentos lançados iluminassem o caminho, e tornassem mais claro o propósito não só da viagem, mas do todo.

Da minha experiência retiro essencialmente o sentimento de proximidade com a História que o livro me proporcionou, e que não tinha sentido tanto com Homero, apesar de ter sentido com Marco Aurélio. Durante a leitura senti como se viajasse no tempo, como se as linhas que tinha na mão fizessem parte de um tempo remoto, e eu tivesse o enorme privilégio de aceder por meio delas a esse tempo. A leitura funcionou em certa medida, como quando visitamos um monumento histórico, com séculos de história e nos sentamos ali por um pedaço de tempo, a imaginar o que teriam pensado e vivido as pessoas que por ali passaram séculos ou milhares de anos antes de nós. Como se as pedras nos pudessem transmitir parte dessa História, vidas passadas, mas contudo plasmadas em pedras trabalhadas, e aqui nas palavras de Dante, escritas há 700 anos.


"O Empíreo" (1861) por Gustave Doré

Como disse no início, Dante é um dos poucos imortais, e explicar porquê não é fácil, porque estão implicadas imensas variáveis, não é apenas o texto, é também a sua forma, a língua escolhida, o momento da sua escrita, a região em que foi escrito, e depois tudo o que foram dizendo aqueles que lhe sucederam. Contudo acredito que para além de tudo o que já disse acima, o facto de ter escrito sobre um tema que a todos toca de muito perto, e tê-lo feito com tanta naturalidade, ainda que contaminado de muitas ilusões impostas pelas lógicas religiosas, contribuiu para que todos os que vieram depois dele, se tivessem interessado em saber o que tinha para nos dizer. Ler hoje Dante já não se faz para encontrar respostas, mas não deixa de nos ajudar a compreender de onde viemos, nomeadamente para todos os que fazem parte da sociedade ocidental marcada pela matriz cristã.

Publicado no VI em:
https://virtual-illusion.blogspot.pt/...
April 17,2025
... Show More
Excepcional obra (aun mejor de lo que la recordaba) y aun más excepcional edición por parte de Acantilado. El hecho de que sea una edición dual, aunque no sepamos ni una palabra de italiano, nos permite darnos cuenta, echando un breve vistazo (el original y la traducción están en la misma página) de la increible musicalidad de los versos de Alighieri.
Mención aparte merecen los breves excursos introductorios a cada uno de los Cantos, algo que hace que la obra sea mucho más comprensible y accesible al lector moderno, al igual que sirven para este efecto la cronología, los esquemas de Infierno, Purgatorio y Paraiso, así como el glosario comentado de términos y nombres sitos al final del libro.
Lo dicho, una maravilla de obra, y una maravilla de edición.
April 17,2025
... Show More
کمدی الهی دانته کتابی هست از شاعرو نویسنده دانته الیگیری که هروقت میخوانمش متوجه میشوم که ارزش تکرار را داشته که برای بارها خوانده شود و بازهم دوستداشتنی باشد , فیلم های زیادی را با ایده گرفتن ازاین کتاب و یا اشاره کردن به ان ساخته اند و کتاب فوق العلاده قوی ایست که به زبان خود دانته نوشته شده و از سفر خیالیش به دوزخ روایت میکند و جدا که دیوانه ی این کتابم
April 17,2025
... Show More
Dante es un poeta astral, ya diré por qué. La comedia es el poema total (tomando prestada la idea a la novela). El viaje iniciático o viaje del héroe que hace Dante es un viaje hacia el conocimiento de la verdad, del conocimiento más puro, de la totalidad. Dante tiene la habilidad para hacer de un entramado ficcional no sólo un símbolo del viaje del poeta hacia el Párnaso o a la gloria, sino convertir la propia experiencia mística del autor encarnada en su alter ego que es su propio yo ficcionado, quien es conducido por los dos primeros tramos (Infierno y Purgatorio) por Virgilio, el más grande poeta latino según Dante, convertir, decía, esa propia experiencia ficcional en una intención no tan ficcional. El poeta devenido en profeta, que busca la gloria más alta, la corona de laureles, finalmente la alcanza en el conocimiento de la divinidad. ¿A qué Párnaso más alto se puede aspirar? Esto lo sabe bien Dante, y su venganza se convertirá en el poema mas grande de su tiempo (y de aun después) que es la primera gran autoficción de la literatura, pero también una vanguardia en cuanto a las cualidades modernas adelantadas a su tiempo que Dante exhibe en La Comedia. Que de comedia literalmente pasa a convertirse progresivamente en un poema sacro.

Ahora, quiero hablar sobre el tema de si es un poema sacro o no. Bueno, lo es. Pero no es sólo eso, es muchas cosas más y esa es la genialidad de Dante. Hemos visto que Dante construye una arquitectura del inframundo y el más allá. Pero, si extrapolamos esta idea de arquitectura, construye también un arquitectura del conocimiento de la verdad, que en el cristianismo es el conocimiento de Dios. El viaje de Dante se estructura en escaleras de descenso y ascenso que simbolizan los estados de su alma al pasar por la purificación necesaria para alcanzar el conocimiento de Dios. Esto en sí es una alegoría de la iluminación espiritual. En el catolicismo, todos estamos llamados a ser santos y eso es un camino de perfección espiritual al que Dante le dota de materialidad. El autor materializa un viaje que es inmaterial, invisible. Visibiliza lo invisible. Narra lo inenarrable. Y volviendo a la idea del poema sacro, lo que hace es precisamente una construcción previa para llegar al poema sagrado. La Comedia es una escalera que lleva a lo sagrado. Si tenemos en el Infierno hasta vulgaridades, en el cielo la vara se eleva no solo en lenguaje y estilo sino en misticismo y doctrina católica. Entonces, el cielo es más difícil de leer porque Dante lo hizo a propósito, pues quería que el lector que accediera a esta parte fuera alguien con un nivel espiritual más elevado, y para ese tipo de lector el cielo le parecería lo más sublime del poema. Mientras que para Dante, el lector común se iba a identificar más con el Infierno y lo iba a disfrutar más, porque el hombre está más cercano al pecado que a la virtud. Para acercarse a la virtud hay que hacer un trabajo arduo y ese trabajo, según la doctrina, es la imitación de Cristo. Por eso todos estamos llamados a la santidad. Y Dante lo sabe. Entonces, en ese camino de construcción del poema termina convirtiéndose en sacro. Al igual que Dante termina purificandose y convirtiéndose en santo (no en santo de veneración declarado por la Iglesia sino en el santo que todos los católicos deberíamos aspirar a ser). Ahora bien, por supuesto que la universalidad de Dante hace que La Comedia no sea sólo eso, pues es también un poema político, social, coyuntural, y personal.

Al leer Vida de Dante, de Boccaccio, he entendido algunas cosas de la intención y motivaciones de Dante para escribir la Comedia. Primero, su sueño era ser coronado con laureles en una plaza de Florencia (parece que era una tradición) y nunca lo logró por el exilio que sufrió. Su anhelo de fama y reconocimiento eran enormes, y su resentimiento por su situación aún más. Dante odiaba al final a ambas facciones que se disputaban el poder en su Florencia natal, güelfos y gibelinos, porque si bien los segundos eran sus enemigos políticos, al final quienes le expulsaron fueron los de una parte de su propia facción, los güelfos negros (él era de los blancos). Entonces, mientras escribe La Comedia realmente gesta odio dentro de sí y no puede desembarazarse de ello, por eso exorciza todo esto en el poema. La Comedia es más personal y visceral de lo que parecería. Pero aún así, la intención mística, emparentada o fusionada con su intención de inmortalidad y gloria, o sea, de alcanzar el Párnaso de los poetas, es más grande. Esa intención de llegar a lo más alto es una analogía del perfeccionamiento espiritual. Lo más alto de la gloria entonces, entiende Dante poéticamente, no es la gloria de los hombres sino la gloria de Dios. Y es así como un poema laico, secular y hasta profano (dependiendo desde dónde se lo vea), se convierte en un poema sagrado, que sería lo máximo a lo que puede aspirar un poeta. Elevar sus versos a la eternidad, al mismo Dios. Entonces en en esa intención de inmortalidad y gloria que busca el Dante poeta, es que llega a la búsqueda de la perfección mayor, poéticamente hablando, que sería la de conocer al mismo Dios. Son las enormes analogías que hace Dante: perfección poética/perfección espiritual/, gloria e inmortalidad poética/gloria e inmortalidad divinas (por ello habla del Juicio Final, ya que según la doctrina, los justos recobrarán su cuerpo físico, lo cual no es más que alcanzar la inmortalidad física y además la espiritual). La Comedia escrita durante su doloroso exilio, es un trasunto de sí mismo, de sus animadversiones y pasiones, pero también se trasciende a sí mismo para alcanzar un lugar histórico y místico que representan la humanidad y el Todo.

Ahora, la parte del cielo es de lo que menos se habla pero realmente contiene los cantos más complejos poéticamente hablando, líricamente incluso, el uso del lenguaje y el verso se refinan, las alegorías y simbolismos se vuelven mas crípticos porque también teológicamente es mucho más exigente. Durante todo el trayecto son evidentes las influencias de Tomás de Aquino y el tomismo, de Aristóteles, de la escolástica, y hasta de averroísmo hay algo, aunque en cuanto a doctrina puede que no cumpla de forma fidedigna, ya que hay muchos aportes de su propio imaginario, es decir, en algunas partes podría ser no doctrinalmente correcto; aunque toda la arquitectura y cosmogonía creadas por Dante (la del cielo basada en la teoria del astrólogo/astrónomo Ptolomeo) han tenido resonancia en las propias creencias populares y le han dotado de una mitología propia a la idea de Infierno, Purgatorio y Cielo venidas del catolicismo. Ahora, aunque lo que más se asiente en el imaginario colectivo sean las imágenes del infierno que sí, son fenomenales, no obstante, las imágenes poéticas y alegóricas del cielo (o de los nueve cielos y el Empíreo), son fantásticas. ¡Estamos en el espacio sideral! Vamos pasando de planeta en planeta hasta llegar a una parte donde solo hay estrellas, en la que los beatos brillan más que ellas. Allí nos encontramos con algunos santos, entre ellos el que se lleva mayor protagonismo es Tomás de Aquino, por supuesto. Después veremos a los tres Apóstoles más cercanos a Cristo, Pedro, Santiago y Juan, al arcángel Gabriel y la corte celestial de serafines, querubines, tronos, dominaciones y potestades (todos girando en velocidades insospechadas al rededor de un punto brillante que es Dios), y a la Virgen María, entre los personajes que más protagonismo tienen en el poema.

Si nos ponemos a pensar en todo lo que hizo Dante en esta obra podemos decir que es el Poema Total (tomando prestado el concepto de novela total), porque materializa el mundo espiritual de una forma nunca antes vista. Su recorrido nos lleva incluso a donde el hombre aún no había llegado (pero algún día llegará a través de la ciencia). Dante es un poeta espacial, astral, el astronauta de la poesía. Hasta en eso fue visionario. Logró ser un profeta a la final.

He escrito muchas apreciaciones sobre toda esta obra (mientras comentaba con un club de lectura) pero me resulta imposible ponerlo todo en esta reseña. Sobre el infierno ya hice una reseña anterior, por ello no hablo aquí mucho de eso. Lo que se ha dilucidado es enorme, aquí he copiado unas pocas cosas, pero finalmente quisiera hablar del último canto, el XXXIII, número sagrado podría decirse, que representa la Santísima Trinidad, que justamente es al rededor de la cual gira literalmente este canto, el cual inicia con una oración/alabanza a María, quien sería la única vía al encuentro con Dios, sin su intercesion Dante no puede acceder a la visión de Dios y la trinidad que son uno. Este canto es extático, Dante dice todo el tiempo que no puede explicar lo que ve, que no hay palabras para ello. San Bernardo, quien es ahora su guía despues de que Beatriz, su guía durante los otros cielos desapareciera en silencio (al igual que lo hizo Virgilio) le pide a María que guarde a Dante del mal camino, es decir, volverá purificado a la tierra y no volverá a pecar. Este viaje es la salvación de Dante. Ahora logra ver la luz divina, pero ya no solo la mira, penetra en ella y su rostro es el rostro mismo de Dios, se funde en él. Ahora puede ver los tres círculos de la santísima Trinidad, los dos que representan al padre y al hijo y el tercero que emana de ellos, que es el Espíritu Santo. Logra ver a Cristo, su rostro humano, y trata de entender lo que ve como un geómatra intenta comprender un círculo. No lo logra hasta que con un golpe en su mente lo llegó a entender, o sea de un porrazo, que es la iluminación última, cuando la visión pierde fuerza, por lo que se entiende que desaparece todo lo que ve, pero, como dice, su voluntad y su deseo ya eran "rueda constante del amor que mueve el sol y las demás estrellas", es decir, ya era uno con Dios. Es una imagen portentosa y maravillosa esta. El amor es movimiento infinito, y ahora Dante gira en ese amor perpetuamente...

Dante ahora está en mi Párnaso junto con Cervantes, Shakespeare y Homero. (Aunque esta es una relectura, ahora la he leído a profundidad y con notas explicativas, estudios introductorios y hasta una biografía de Dante).
April 17,2025
... Show More
La Divina Comedia es un libro asombroso. Bien es sabido que nos cuenta la historia de un viaje en un trasmundo fantástico: primero un descenso al abismo del Infierno, luego un ascenso por la montaña del Purgatorio, para terminar con la visión beatífica de los círculos concéntricos del Paraíso. He tratado de leer este libro al pie de la letra, sin preocuparme demasiado de los muchos significados alegóricos o de las innumerables interpretaciones que hay de ello.

Estas tres regiones metafísicas se presentan como gigantescos paisajes o arquitecturas, por donde Dante y sus guías (primero Virgilio, luego Beatriz) descubren fascinantes galerías de retratos. Allí se mezclan visiones de la Antigüedad (Homero, Platón, Cesar, etc.), figuras del Cristianismo medieval (San Francisco de Asís, Santo Tomas de Aquino, San Buenaventura, etc.), así como los mismos coetáneos de Dante.

El Infierno, donde Dante se encuentra al principio “por haberse apartado del camino recto”, se presenta primero como una serie de nueve fosas o círculos, cada vez mas profundos, donde se encuentran representados cada pecado: la incontinencia, la bestialidad, la malicia, la herejía… Primero se encuentra con grandes poetas, como Homero, que no pudo conocer a Cristo, y a personajes entrañables como Francisca. Pero según va bajando por los círculos de esas extrañas cuevas, Dante divisa a ejércitos que caminan al son de las trompetas que son los culos de los diablos, a reptiles que agarran a sus víctimas para incorporárselas, a huracanes sobre los ríos que recorren las profundidades del Infierno, a almas torturadas que van con los intestinos colgando (Mahoma). (Es muy probable que artistas como el Bosco se hayan inspirado de algunas de estas terribles imágenes.) Digo “almas”, sin embargo, ¡todas estas visiones son sumamente corpóreas! Finalmente, después de cruzarse con Ulises, se descubre la figura de Lucifer que, en una eterna pesadilla, se come a Judas, a Bruto y a Casio, los traidores de Cristo y de Cesar (vale subrayar que el acercamiento de estas dos figuras no deja de sorprenderme).

Finalmente, salen “para volver a ver las estrellas” y emprenden la ascensión el monte del Purgatorio y cuando mas ascienden hacia las estrellas, mas ligeros caminan. Descubren esculturas que representan episodios históricos, como la caída de Troya. Discurren sobre temas de filosofía moral y política, como la necesidad del libre albedrío, la responsabilidad, el amor, la edad de oro de la humanidad, la decadencia de la Iglesia. Contemplan el árbol del Paraíso, despojado de sus hojas. Aquí finalmente, Virgilio abandona a Dante y lo deja en manos de la sublime Beatriz.

Al entrar en el Paraíso, asevera Dante: “Ahora, lector, permanece tranquilo en tu asiento, meditando acerca de las cosas que aquí solamente se bosquejan, si quieres que te causen mayor deleite antes que tedio”. Esa apuesta es difícil de mantener, ya que Dante se mete en discursos teológicos de índole escolástico (sobre las virtudes teologales) con varios de sus interlocutores y trata, balbuceando y con suma dificultad, de traducir visiones que, se supone, son del orden de lo inefable. Sin embargo, algunas imágenes pastoriles, en las que se complace Dante en varias ocasiones, son de destacar. El viaje se acaba con la visión de la Rosa Celeste, las jerarquías angélicas y el centro infinitamente luminoso de la Trinidad divina, la luz pura y florecida de Empíreo.

Acaba Dante rindiéndose con estas conmovedoras palabras: “ahora es preciso que mi poema desista de seguir cantando la belleza de mi Dama, como hace todo artista que llega al ultimo esfuerzo de su arte.” El esfuerzo también es del lector: aún tardaré algún tiempo en digerir semejante gira celestial…
April 17,2025
... Show More
YouTube kanalımda Dante'nin kitaplarından ve İlahi Komedya'nın nasıl okunması gerektiğinden bahsettim:
https://youtu.be/qY11mC3P_e0

"Yaşam yolumuzun ortasında
karanlık bir ormanda buldum kendimi,
çünkü doğru yol gitmişti.
Ah, içimdeki korkuyu
tazeleyen, balta girmemiş o sarp, güçlü
ormanı anlatabilmek ne zor!"
(s. 35)

https://i.ibb.co/kmFt6KP/1.jpg

Derken bir ormanda buldum kendimi ben de Dante gibi. Yürüyordum. Belki de Dante'nin ilk kez 9 yaşındayken gördüğü Beatrice'e dediği gibi, ben de kimsenin kimse için yazmamış olduğu şeyleri Goodreads'e yazabilmek için yürüyordum.

https://i.ibb.co/xHrxYkD/2.jpg

O anda beklenmedik bir şey oldu. Karşıma Vergilius'un Aeneas kitabı çıkmıştı. Nasıl olduğunu anlamadım. Bu ormanda, sadece ölülerin bulunduğu bu diyarda bir kitabın ne işi olabilirdi?

https://i.ibb.co/McVgQTn/3.jpg

Bana şöyle dedi Aeneas: Seni cehennem, araf ve cennetten önceki son durağa götüreceğim Oğuz, gel. Dünyevi zevklerden hiçbirinin anlamının artık kalmadığı bir yere götüreceğim. Senin de ölülerden değil esas dirilerden korktuğunu biliyorum, o yüzden bu yolda senin rehberin olacağım! İlahi Komedya'yı hakkıyla anlayabilmek için benim rehberliğime ihtiyacın var Oğuz...

Vergilius bana bunları derken, ölüler diyarının kapısına geldiğimizde bu kapıda bekçilik yapan üç başlı köpek Kerberos'un yerine teknik yetersizliklerden dolayı üç başlı kedi olan Ketberos'un olduğunu gördük:

https://i.ibb.co/JvxYJqF/4.jpg

Yolumuza devam ettik ve Vergilius beni rahmetli anneannemle dedemin mezarının başına götürdü. Dante ile Vergilius işte tam da bu noktada buluşmuştu. Ölülerin dilinden en iyi anlayan iki adamla birlikte bir mezarın başındayım, belki de hayatın en büyük ve en açık spoiler'ını yiyordum.

https://i.ibb.co/g9QVVjr/5.jpg

İlahi Komedya'ya ölülerin artık konuşamayacağını ve hiçbir ölüden haber alınamadığını söyledim. Bana inanmadı. Hatta o anda bana tam olarak şunları söyledi...

İlahi Komedya: Yanılıyorsun Oğuz, eğer bir çeşit vecd hali ile kendinden geçip ruhunun dünyevi zevklerinden sen de kurtulursan ölüler diyarını sen de ziyaret edebilirsin. Ben öyle yapmadım mı kitabımda, okumadın mı beni? Cehennem, araf ve cennetteki insanların durumunu anlattım. İnsan, dünyada yaptığı ne varsa öldükten sonra da eksiksiz olarak karşılığını alır. Ne ekersen onu biçersin, bu böyledir.

Oğuz: Peki, seni ve ölüler diyarını tam olarak anlayabilmek için hangi kitapları okumam gerekli İlahi Komedya?

İlahi Komedya: https://i.ibb.co/qy1Fxzv/6.jpg
İşte, bu fotoğraf sana yardımcı olacaktır. Dönüşümler 1-15, Aeneas ve şiir kitabım olan Yeni Hayat'ı okursan eminim ki İlahi Komedya'yı çok daha anlayarak okursun. Çünkü benim için hayat, Hristiyanlık'taki teslisler içindeki teslisler bütününden ibarettir. Baba, Oğul, Kutsal Ruh gibi sen de bu 3 kitabı okursan beni daha iyi anlarsın. Çünkü Beatrice ile de ilk olarak 9 yaşında karşılaşmıştım. Bu 9 sayısını da 3'ün karesi ile bağdaştırmıştım. Teslis ve Hz. İsa'nın bizi kurtuluşa götüreceği inancı benim için çok önemlidir Oğuz.

O anda ölüler diyarından şöyle bir uzağa baktım...

https://i.ibb.co/s1fh6Sj/7.jpg

Herkes isterdi manzaralı mezarım olsun, sen benim manzarasız mezarımdın demişti Dante de Beatrice'e. Çünkü en derinine gömmüştü onu. Anneannemle dedem de belki şu an aynı yerdeydi, Dante ile Beatrice'in tam da şimdi olduğu gibi.

https://i.ibb.co/nb1GshJ/8.jpg

Peki, bizim gömüleceğimiz yer nerede? Anneanne? Dede? Siz söyleyin bana... Cehenneme mi yoksa cennete mi gideceğim?

Anneannem: ...
Dedem: ...

Yahu Dante, sen kitabında o kadar kişinin cehenneme ya da cennete gideceğine karar vermişsin. Cevap versene bana... Biz nereye gideceğiz? Ölüler diyarından haber yok mu? Bildiklerin sadece İtalya tarihindeki kişiler ile mi kısıtlı? Sadece Caroberto, Cunizza, Lorenzo, Valerius, Mucius, Porsenna, Piccarda, Costanza, Donati, Forese, Corso, Francesco gibi insanların mı öldükten sonra nereye gideceğine karar verebiliyorsun? Nereye gideceğim, söylesene be adam?!

https://i.ibb.co/dm0Qc2B/9.jpg

Komedyanın anlamı, cehennem bölümünün ürkütücü olmasına karşılık bu şiirin, komedilerde olduğu gibi mutlu sonla sonuçlanmasından dolayı olduğunu ben de biliyorum. Peki bu inceleme neden bu kitap gibi mutlu bir sonla sonuçlanmıyor? Konuşsana ulan İlahi Komedya!

https://i.ibb.co/LZQ1M4n/10.jpg

O anda etrafta ne Vergilius, ne Dante, ne de Beatrice kalmıştı. Oğuz da o an ne olduğunu bilmiyordu. 11 İhlas, 1 Fatiha okumaya gelmişken karşısındaki kitap ona resmen meydan okuyordu. İlahi Komedya o anda çıldırmış bir şekilde üstüne geldi, Oğuz'un gözünün en son görebildiği açıdan sadece "İLAH" kelimesi okunabiliyordu...

https://i.ibb.co/4fTY5Hn/11.jpg

Sonra da dünyası çeşitli renklere büründü. O anı anlatmaya kelimeleri yetmedi. Dante'nin de İlahi Komedya'nın sonundaki anı anlatmaya kelimeleri yetmemişti. Hristiyanlık'taki üç dinsel erdem olan sevgi, inanç ve umudun renkleri miydi bunlar? Cehennem, araf ve cennetin renklerinin mi bir temsiliydi yoksa?

https://i.ibb.co/8Yzsj2v/12.jpg

Anneanne, dede, lütfen söyleyin. Neden hiçbir ölüden haber gelmiyor? Dante'nin kafasına göre ölüleri cehenneme ve cennete yollaması bana çok garip geliyor, bari siz söyleyin. Siz şu an neredesiniz? Ruhunuzla beraber mi yatıyorsunuz burada? Ruh denen bir şey var mı, yoksa sadece bedenlerimizle mi dirileceğiz? Neden ölüler diyarından hiçbir ses gelmiyor? Hayatımın en büyük spoiler'ını yemeye geldim buraya. Biliyorum, ben de buz gibi bir toprağın içinde gözlerim kapalı bir şekilde yatacağım. Biliyorum, ben de İlahi Komedya'da anlatılan ruhların ektiği şeyleri biçeceğim. Biliyorum, benim de kendi iradem var ve dünyevi zevkler yerine esas kalıcı hayat uğruna çalışmam gerektiğini biliyorum... Peki, şu an neden böyle oldu? Lütfen cevap verin...

Sen şimdi neredesin, ey Vergilius? Bana asıl şimdi cevap ver! Sana asıl şimdi ihtiyacım var rehberim ey Vergilius! Nerelerdesin ki? Ansızın yok oluverdin! Neredesin, ey cevap veren, neredesin, ey bana ölümü çok gören?

"Cevap versenize!
Niçin susuyorsunuz? Niçin?
Yok mu bir cevap veren?
Kimse cevap vermiyor mu?
Kimse, hiç kimse cevap vermiyor mu?"

Kapıların Dışında
April 17,2025
... Show More
The Original Heaven Is For Real

In my head, The Divine Comedy is one of those books you need to be an Oxford Don to read, much less understand. It is a classic but, like, not a readable classic. And it is a dang intimidating one.
So, I was pleasantly surprised when it proved to be such an easy audio book. I give full credit to the translators and narrator. Each chapter begins with a little description of the ensuing pages which makes things clear and easy to follow.
Not being an Italian noble from 1320, a lot of the references and name dropping went over my head. In that regard, an annotated translation in print might have worked better. But for a first read to get me over the intimidation of reading Dante, this was a success.
April 17,2025
... Show More
أرجأتُ الشروعَ في قراءةِ هذا السِفر المذهلِ طويلاً. كعادتي/كعادتنا كنتُ ألتمسُ لهذا التكاسل المتطاولِ عذراً .. أملاً في اقتناصِ فرصةٍ مناسبةٍ أو مزاجٍ رائقٍ أو صباحٍ ماطرٍ أو أمسيةٍ شاعِرة. وَلم أدركَ أن أعذاراً كهذه لا تليقِ بغيرِ الأعمال العابرة الصغيرة.. تلكَ التي نجترُّ أحداثها بتململِ قطّةٍ متطلَّبة. أمّا إنجازٌ كـ"الكوميديا" لا تملكُ عندهُ إلا أن تنفكَّ قهراً من عوالمك الرتيبة لتقعَ في ثراءِ عوالمه الآسرةِ وكثافتها وتباينها المدهشين. سيهبط بكَ دانتي من غفلةِ "اليمابيسِ" إلى منازلِ الجحيم.. وَمروراً بعتباتِ المطهرِ يعرجُ بروحكَ إلى مراتبِ الفردوسِ سماءً سماءَ.. وَأنشودةً أنشودة، ترنيمةً كانت أم تضرّعاً، ابتهالَ متطهّرٍ أم تسبيحَ قدّيسٍ أم شهقةَ ملعون.. ستُصغي فسمعكَ اليومَ "حديد".



"عملٌ يكثّفُ لحظةً مفصليّةً من تاريخ إيطاليا وَالعالم، ومن صراع الكنيسة والدولة، والعقل والإيمان، وَالشرق والغرب، كما يبلور تجربةً شخصية ندر أن عرفنا ما يضارعها في الشجاعة والعمق ومواصلة المغامرة الروحية والشعرية حتى أقصاها" ص. 15



كوميديا دانتي الإلهية تتجاوز الكوميديا بما هيَ خِفّةٌ وَدُنوَّ شأن، فإن صنَّفَ ابن فلورنسةَ منحوتته الفريدة – التي استغرقته ما يقارب الثلاثة عشر عاماً – بمقاييسَ أرسطيّةَ لعاميّةِ لغته أو لمختتمِ متنه، لا يغيبُ عن أيِّ قارئ أن ما بينَ يديهِ رحلةٌ مضنيةٌ أشبه بتسلِّقِ جبال الأولمب للُقيا الآلهة أو بامتطاءِ البحرِ في مغامرةٍ عوليسية. دانتي لم يخلق الإيطالية بحبرِ ريشتهِ فحسب، بل أعادَ نضدَ العوالمِ الأرضية والأخرويةِ، وَأيقظَ حواسَّها على جواهرِ السمعِ وَالبصر. جعلَ دانتي من حُبِّهِ لـ"بياتريشي" مأثرةً كونيّةً استدعى لها أرواحَاً وثنيةً ومسيحيّة – من فيرجيليو حتّى توما الإكويني -، وَبرأَ ظواهرَ فيزيائيةً وَأسطورية، وَسخّرَ زمانَ الرومانيةِ - قبل المسيحِ وَبعده على حدٍّ سواء – ليمجِّدَ هذا المُنجَزَ العظيمَ وَيختطَّ لمبدعهِ مقاماً أعظم.


"إن ابن فلورنسة يعمد إلى قراءة مجهرية لأدنى تفاصيل تجربته في أبعادها الذاتية والتاريخية، الواقعية والخيالية. من هنا قيل عن عمله إنه أكبر تظاهرةٍ فنيةٍ للذاكرة. تُقبل المعطيات إليه وتسعفها على الفور بنْيات لغةٍ ناشئة أضاف لها هو الكثير فيما يكتب، مثلما قيل إن قوافي اللغة الإيطالية كانت تأتي إليه راكضة وتروح تتوالد تحت بنانه." ص. 122



أمَّا الجهدُ الذي بذله المبدع "كاظم جهاد" ليُخرِجَ للعربية مَتناً بهذه القوّةِ وذا التماسك، فحريٌّ بأن نرفَعَ له العمائمَ وَالقُبَّعات. المترجمُ لم يكتفِ بحدودِ الأصلِ، بل جَهُدَ ليطّلعَ على مختلف الترجماتِ سواءً الصادر منها باللغة العربيّة أو بما كان في متناول معرفته من اللغات الأخرى. كما أمدَّ ترجمتهُ بحواشيَ مستفيضةٍ تخدمُ النصَّ شروحاً وَتعليقاتٍ وَنقدا، وَأوجزَ في مدخله النقدي أهمَّ القراءاتِ التي تناولت "الكوميديا الإلهية".. على رأسِها قراءات بورخيس وَجاكلين ريسيه (الشاعرة الفرنسيّة التي استعان جهاد بترجمتِها كثيراً في عمله هذا). هذا المدخل الذي أجَّلتُ المُضيَّ فيه شغَفاً بالمتن، غير إني ما إن فرغت منه حتى وجدتني بأمسِّ الحاجةِ لقراءةٍ ثانيةٍ للكوميديا، ذلكَ أنَّ موجزَ القراءاتِ النقدية يُضئ جوانبَ في النصِّ يغفلُ عنها القارئ البسيطُ العابرُ – مثلي – إلى تخومِ المعنى، كما يعيدُ تعريفَ تجربتنا القرائية وَيوسِّعَ مداها.
April 17,2025
... Show More
I first read this poem four years ago as part of a dare. And by “dare,” I mean a professor listed it on the syllabus and I had to read it and then write papers about it. The next summer, I wanted to read it again on account of the graphic imagery of Inferno and Purgatorio. The punishments/reparations are mindblowing, scary, and beautiful. Everyone should at the very least skim Inferno. Particularly in Inferno, the political references are funny and provocative, and the historical significance of this epic poem is right up there with the Bible and Paradise Lost for me. Paradiso is far more abstract and sappy than the other books.

I re-read all three last Fall because I’ve always felt attached to this work, and I figure you gotta read something at LEAST three times before you say its your favorite book. But yeah, this is my favorite book. It makes me want to learn Italian and read Dante’s Italian (and the whole part about him writing it in Italian instead of Latin pissed off so many people—again, the history of this piece is great). It makes me want to visit Italy. It makes me want to write something worth reading!
April 17,2025
... Show More
While a little hard to read at times but this is still a classic and a good read.
Leave a Review
You must be logged in to rate and post a review. Register an account to get started.