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De vez em quando, sabe bem parar um bocadinho e ler alguma coisa mais rápida, com menos páginas - o tipo de leitura que se termina em poucas horas. Ora, este volume agrupa três pequenos contos de Herman Melville: Billy Budd, Bartleby e Benito Cereno.
Salta imediatamente à vista a semelhança dos seus nomes que começam todos pela letra B, o que pode não significar nada ou ser só a letra preferida do autor. Uma coisa é certa, Melville adorava histórias de marinheiros e piratas - não foi só o Moby Dick.
Em breves palavras, condenso então os meus pensamentos sobre cada uma destas histórias:
Billy Budd: 4,5
Billy Budd representa o marinheiro ideal - é obediente e trabalhador, é ingénuo e honesto - e também o ideal de marinheiro - é um exemplo para toda a tripulação, é como uma estátua grega (e tem aparência disso) que representa uma Ideia, com letra grande.
Há talvez alguns paralelos com a história de Cristo, na inocência com que cumpre a sua missão, na inveja que suscita em algumas chefias e na forma como, ao longo da história, se parece cada vez mais com um brinquedo nas mãos do Destino, no conflito entre a Lei e a Justiça.
Bartleby, o Escrivão: 3,5
Este pequeno conto foi a principal razão para eu comprar este livro. Tinha ouvido muitas coisas sobre ele (boas na sua maioria) e acho que me deixou um bocado desapontado agora que o li.
A história tem um humor gélido, que provoca um riso de incredulidade, desconfortável até. Bartleby diz "Preferia não o fazer." e percorre-nos um misto perplexidade e curiosidade, e réplica após réplica, a recusa e a desobediência da personagem nunca "explode", não "incendeia", torna-se apenas um pequeno incómodo, uma questão menor, até que não resta senão a lembrança de que um dia alguém disse que "não".
O mundo está preso por arames.
Benito Cereno: 4
Este último conto está completamente mergulhado na gíria náutica e pode ser um pouco chato aprender sobre popas e proas e os nomes das velas e dos mastros, mas depois desse sobressalto inicial, que gera alguma confusão, fica enfim um pequeno enigma que é o capitão Benito Cereno.
Nesta obra, Herman Melville, cria a cada página uma expectativa crescente a bordo do navio de Don Benito que ameaça transbordar a qualquer momento. A sensação de insegurança é palpável, mas o desfecho é imprevisível.
Salta imediatamente à vista a semelhança dos seus nomes que começam todos pela letra B, o que pode não significar nada ou ser só a letra preferida do autor. Uma coisa é certa, Melville adorava histórias de marinheiros e piratas - não foi só o Moby Dick.
Em breves palavras, condenso então os meus pensamentos sobre cada uma destas histórias:
Billy Budd: 4,5
Billy Budd representa o marinheiro ideal - é obediente e trabalhador, é ingénuo e honesto - e também o ideal de marinheiro - é um exemplo para toda a tripulação, é como uma estátua grega (e tem aparência disso) que representa uma Ideia, com letra grande.
Há talvez alguns paralelos com a história de Cristo, na inocência com que cumpre a sua missão, na inveja que suscita em algumas chefias e na forma como, ao longo da história, se parece cada vez mais com um brinquedo nas mãos do Destino, no conflito entre a Lei e a Justiça.
Bartleby, o Escrivão: 3,5
Este pequeno conto foi a principal razão para eu comprar este livro. Tinha ouvido muitas coisas sobre ele (boas na sua maioria) e acho que me deixou um bocado desapontado agora que o li.
A história tem um humor gélido, que provoca um riso de incredulidade, desconfortável até. Bartleby diz "Preferia não o fazer." e percorre-nos um misto perplexidade e curiosidade, e réplica após réplica, a recusa e a desobediência da personagem nunca "explode", não "incendeia", torna-se apenas um pequeno incómodo, uma questão menor, até que não resta senão a lembrança de que um dia alguém disse que "não".
O mundo está preso por arames.
Benito Cereno: 4
Este último conto está completamente mergulhado na gíria náutica e pode ser um pouco chato aprender sobre popas e proas e os nomes das velas e dos mastros, mas depois desse sobressalto inicial, que gera alguma confusão, fica enfim um pequeno enigma que é o capitão Benito Cereno.
Nesta obra, Herman Melville, cria a cada página uma expectativa crescente a bordo do navio de Don Benito que ameaça transbordar a qualquer momento. A sensação de insegurança é palpável, mas o desfecho é imprevisível.