Community Reviews

Rating(3.9 / 5.0, 100 votes)
5 stars
35(35%)
4 stars
21(21%)
3 stars
44(44%)
2 stars
0(0%)
1 stars
0(0%)
100 reviews
March 26,2025
... Show More
This is quite possibly a perfect example of how a graphic novel can tell a different (and in my opinion better in this case) story than the original work by introducing pictures to the words. In this first illustrated book of Paul Auster's New York trilogy (mid 1980s noir mystery series), Auster himself becomes a character in his own book via illustrator adaptation. Running the gamut of common noir novel character types, the reader is introduced to a madman (or is he sane?), a stable and sane detective (or is he a writer? or is he insane?), someone's buxom wife (or is she a prostitute?), a brilliant professor (or is he a murderer?), and finally the City of Glass (New York, of course...but is it possibly the City of Brick as it becomes several times in the drawing). Great example of place as character, and great writing and drawing all around. 5 stars, easy.
March 26,2025
... Show More
Um solitário escritor de inconsequentes romances policiais recebe uma chamada a meio da noite, a pedir-lhe para investigar um caso policial. Envolvido numa trama de meias palavras e labirintos conceptuais, o escritor acaba por desvanecer-se nas ruas da cidade, deixando um caderninho cheio de notas que nos permite reconstituir a sua queda no esquecimento.

Se olharmos para as profundezas de um texto, descobrimos sempre cadas vez mais níveis de complexidade sempre que mergulhamos mais a fundo nas palavras do texto. As histórias raramente são simples, embora o pareçam. Talvez seja por isto que textos como o corão ou a bíblia têm tanto significado: quanto mais são lidos, a mais interpretações se prestam. Cada leitor lê aquilo que entende ler.

City of Glass é um texto profundamente complexo. Nele, as identidades dos personagens fundem-se e esfumaçam-se, como se de um sonho se tratasse. O protagonista, Daniel Quinn, é um escritor que após a morte da mulher e do filho deixou de escrever textos com siginificado e passou a debitar as aventuras de Max Work, prototípico detective privado dos estereótipos romances policiais. Nunca chegamos a saber como faleceu a mulher e o filho de Quinn; antes ficamos com a certeza de que a morte destes tornou-se o momento em que Quinn esquece a sua humanidade, passando a viver num mundo de sonhos.

A solitária rotina de Quinn é interrompida por um misterioso telefonema. Do lado de lá da linha, uma voz feminina pede a ajuda do detective Paul Auster para um caso de vida ou morte. Quinn vê-se confundido com Auster, e acaba por ceder aos pedidos insistentes de ajuda. Encarnando-se na sua personagem de Max Work, e assumindo a identidade de Auster, Quinn encontra-se com Virgínia Stillman, que lhe pede ajuda para manter sob vigilância o pai de Peter Stillman, seu marido. Stillman havia sido confinado a um quarto pelo seu pai, também Peter Stillman, convencido que ele desaprenderia a linguagem humana e começaria a falar a língua de deus, de acordo com a teologia do século XVI e os textos de Henry Dark, secretário de John Milton e pregador na américa de mil e seiscentos. As acções de Stillman-pai resvalaram num total falhanço, que culminou na desaprendizagem da linguagem por Stillman-filho. Descobertos os maus tratos, Stillman pai é confinado à prisão, e Stillman filho é internado num hospício, onde Virgínia, saída de um casamento falhado, se casa com ele para o retirar do hospício e mostrar-lhe a realidade que durante anos lhe foi escondida.

Quinn começa assim a vigiar Peter Stillman, que após a saída da prisão mantém-se numa rotina de passeios diários por nova yorque, a cidade sempre presente, recolhendo objectos deitados fora. Quinn, num esforço para compreender o porquê de Stillman, o que ele realmente é, começa a registar minuciosamente os percursos de Stillman, e ao traçá-los sobre um mapa apercebe-se que o vaguear de Stillman obedece a uma lógica própria. Os passeios aparentemente sem destino de Stillman formam letras ao serem traçados num mapa.

Quinn acaba por travar conversas com Stillman, onde este lhe revela o seu projecto de invenção de uma nova linguagem. Para Stillman, controlar as palavras equivale a controlar o nosso destino.

Stillman desaparece e Quinn contacta Paul Auster para lhe contar o sucedido e pedir ajuda. Mas Auster não é detective, é escritor, e não percebe o porquê da confusão. Mesmo assim, fica curioso. Perante a família de Auster, Quinn recorda-se da sua, e foge, regressando ao seu labirinto. Tenta contactar Virgínia, mas não consegue. Então instala-se num beco perto da casa de Stillman filho e começa a vigiar ininterruptamente o prédio, até se confundir com as sombras, as paredes e os caixotes de lixo. Entretido com a sua história policial, Quinn transforma-se num vagabundo, mais uma alma esquecida por entre as ruas da cidade.

A história termina com o desaparecimento de Quinn. Paul Auster, ao investigar o apartamento abandonado de Peter Stillman, onde Quinn terá passado os últimos dias de que há conhecimento, descobre o caderninho de anotações de Quinn e tenta reconstituir o seu destino.

Confusos? Esta é uma história de ilusões e confusões. Em City of Glass, os egos confundem-se, as personagens fundem-se em si mesmas. Quinn despe-se da sua personalidade e acaba por cair num mundo irreal de ilusões, que o leva à dissolução. Um pouco como um Dom Quixote dos tempos modernos (e D.Q. são as iniciais de Dom Quixote, esse arcaico caçador de sonhos esfumados). A solidão e o vazio da alma do homem contemporâneo produzem uma eterna perseguição de sonhos ilusórios que se desvanecem, esfumando-se nos precisos momentos em que pensamos agarrá-los.

Parte da Trilogia de Nova Yorque, City of Glass foi "vítima" de uma adaptação para banda desenhada. Adaptar um texto com a complexidade e profundidade de City of Glass não foi tarefa fácil. O desafio partiu de Art Spiegelman, autor de Maus, o comic definitivo sobre o holocausto, e a adaptação recaiu sobre David Mazzucchelli, que em conjunto com Frank Miller revolucionou um personagem esquecido da Marvel, o Demolidor. Mazzucchelli contou com Paul Karasik para o ajudar a superar as dificuldades impostas por um texto como o de City of Glass.

O livro encontra-se perfeitamente espartilhado numa grelha de seis vinhetas por prancha, entrecortadas, quando necessário, por vinhetas maiores. O rigor da disposição das vinhetas ajuda-nos a perceber a inexorabilidade do destino de Quinn, entrecortado com a planta geométrica da cidade de nova yorque, palco privilegiado desta história de dissolução num mundo anónimo de becos e ruas sem destino. As imagens mergulham-nos no mundo do livro, um mundo de ilusões que se esfumaçam.

Subjacente a todo o livro está a cidade que lhe dá título, uma cidade de vidro que espelha o vazio que existe dentro do nosso ser.
March 26,2025
... Show More
Pocas veces me he encontrado con una adaptación tan bien llevada pese a la dificultad de la obra original. Es casi más un complemento añadido que una adaptación
http://entremontonesdelibros.blogspot...
March 26,2025
... Show More
No sé qué nota ponerle. Es un cómic que merece una relectura. Y tendré que hacerla después de leer la novela en la que se inspira. Uno no sabe muy bien qué sucede, aunque es un cómic que atrapa a pesar de su densidad. Lo dicho: espero leer la novela y volver a echarle un vistazo para saber hasta qué punto Mazzucchelli y Karasik consiguieron salir airosos de esta adaptación.
March 26,2025
... Show More
" ... molto piu' tardi avrebbe concluso ... che niente era reale ... tranne il caso." (p. 38)

"E se non possiamo nominare un oggetto qualunque, come possiamo parlare delle cose che ci riguardano davvero?" (p. 106)

Baudelaire: il me semble que je serais toujours bien la' ou' je ne suis pas.
- Mi sembra che staro' sempre bene la' dove non sono.
Piu' brevemente: ovunque non sono, e' il luogo dove sono me stesso.
CLIK
(P. 140-1)
March 26,2025
... Show More
n  "A memória é uma bênção. Quase tão boa quanto a morte."n

Lido numa edição antiga da Via Lettera, presenteada a mim por meu caro amigo Bernardo Schmitt, que infelizmente não pôde ser cadastrada devido à nova política do Goodreads; fica aqui minha indignação passivo-agressiva.

Ler este quadrinho é como descamar uma cebola. Você separa uma camada, descobre outra, separa, descobre mais uma e assim por diante. Uns não verão sentido no processo (que também é a vida), pois agora você tem uma cebola destroçada em cima da pia. Outros pegarão os pedaços para preparar uma refeição. E mesmo quem não chora no caminho, fica com aquela ardência duradoura... Um noir pós-existencialista carregado de pesar.
March 26,2025
... Show More
I serendipitously picked this newer edition (which is worth getting for the new Spiegelman Introduction) up from a dollar pile in a used bookshop this morning, and took a few hours this afternoon to re-read it--coming back to it 15 years after its publication.

The book has aged well--and I may have appreciated it more on a second reading. Auster's meditation on meaning (both language and life) is brilliantly captured via Karasik and Mazzuchelli's graphic "adaptation," a puzzling and engaging work that ultimately collapses in on itself, taking the reader with it, and leaving more questions than answers (as good "magical realist" books should).[1:]

1. OK, I'm not committed to filing Auster under "magical realism" either, but is there a better general descriptor? Isn't he to some extent the best magical realist of the modern urbis?
March 26,2025
... Show More
Paul Auster és un dels meus escriptors més estimats. L'altre dia em vaig topar a la biblioteca amb aquesta adaptació gràfica de la seva "Ciutat de vidre" que forma part de la Trilogia de Nova York. I m'ha encantat! Aquesta novel·la és considerada un dels millors cent còmics del segle XX, un llibre de culte i no m'estranya. En català la podem gaudir gràcies a @angle_editorial

Com tota novel·la gràfica, l'he llegida en un no res i crec que l'estil és totalment encertat, i no era fàcil expressar en imatges els sentiments dels seus personatges.

Ens trobem davant un escriptor, Quinn, que ha perdut a la seva dona i al seu fill i, per tant, el sentit a la vida. Un dia rep una trucada i el confonen amb el detectiu privat Paul Auster, i ell es fa passar per ell. Al final, aquesta situació anecdòtica li canviarà la vida. Haurà de protegir a una persona del seu propi pare i es convertirà en la seva ombra. El final és esplèndid, ple de reflexions tan directes que sacsegen els nostres propis pensaments. La part més fosca de cada personalitat sortirà a la llum -tant de les presumptes víctimes com dels botxins- i el relat es converteix en hipnòtic. I veure dibuixat al mateix Auster, de lo mejorcito!
March 26,2025
... Show More
The multiple layers of mystery in the story here come across better in the comic form than they do in the original Auster novel. Brisk and inventive throughout.

Full review soon.
March 26,2025
... Show More
Such a great adaptation of the Paul Auster novel. In the original City of Glass, the labyrinthine feel of the story was created through Auster's prose. In this adaptation, it's illustrated through beautifully creative visuals. It made me want to read Auster's book again, just to experience it through a new interpretive lens.
Leave a Review
You must be logged in to rate and post a review. Register an account to get started.